domingo, 27 de agosto de 2017

As 7 Ferramentas da Qualidade: Controle Estatístico do Processo (CEP)

FILHO, Walker. Z. Bastos[1]

1. Introdução

Controle Estatístico do Processo (CEP) este termo geralmente se refere ao conceito de aplicação de metodologia estatística aos problemas de controle de processo. O conceito inclui, entre outras coisas, a coleta dos dados básicos e o uso do Quadro de Controle de Shewhart para se distinguir as mudanças reais no processo das mudanças aparentes.
(JURAN, 2004:285)

Um problema frequente no controle de processos é interpretação das diferenças observadas. Qualquer avaliação do produto ou processo usualmente diferente da avaliação anterior. Essas diferenças observadas podem resultar de:

a)   Uma Mudança Real no produto ou no processo.
b) Uma Mudança Aparente, originária de variações fortuitas (essas mudanças são abundantes quando as amostras são pequenas). Uma mudança aparente é um falso alarme. É uma perda de tempo buscar a causa: ela não é “encontrável”.
(JURAN, 2004:286)

2. Carta de Controle (Quadro de Controle)

Carta de Controle é um tipo específico de gráfico de controle que serve para acompanhar a variabilidade de um processo, identificando suas causas comuns (intrínsecas ao processo) e as especiais (aleatórias).
(MARSHALL, 2006:99)



As Causas Comuns estão relacionadas ao funcionamento do próprio sistema (Por exemplo, projetos e equipamentos), enquanto as Causas Especiais refletem ocorrências fora dos limites de controle (por exemplo, falha humana, queda de energia, matéria prima não-conforme).
(MARSHALL, 2006:99)

Para a construção da carta de controle deve-se calcular estatisticamente o Limite Superior de Controle (LSC), o Limite Superior Inferior de Controle (LIC) e Limite Médio (LM) de um processo. Os dados do processo, dentro desses limites, caracterizarão, na maior parte das vezes, que o mesmo está estatisticamente sob controle (estável) e que as flutuações são consistentes e inerentes ao processo.

Por outro lado, dados fora desses limites caracterizam ocorrências indesejáveis (Causas Especiais), merecendo, consequentemente, análise pormenorizada.
(MARSHALL, 2006:99)

3. Tabela de Amostras e Cálculos

Para exemplificar a utilização do Controle Estatístico do Processo (CEP), foi criada a tabela 01, onde constam exemplos de amostras, assim como os cálculos da Média (Ẋ), da Amplitude (R) e do Desvio Padrão (s).

Tabela 01: Tabela de Amostras e Cálculos.

4. Gráfico de Controle por Variável

O gráfico de controle por variável é amplamente utilizado quando se pretende avaliar grandezas mensuráveis, como diâmetro, peso e comprimento.

Os gráficos de variáveis podem ser considerados como a mais típica das aplicações do CEP, e um dos seus principais atributos é a precisão das informações fornecidas. 

5. Gráfico de Controle das Médias e Amplitudes - Limites para Média - Fórmulas


OBS: A2 é um fator tabelado (Ver tabela 02 em Anexo: Factors for Constructing Variables Control Charts).

5.1. Gráfico de Controle das Médias e Amplitudes - Limites para Média


6. Gráfico de Controle das Médias e Amplitudes - Limites para Amplitude - Fórmulas


OBS: D3 e D4 é um fator tabelado (Ver tabela 02 em Anexo: Factors for Constructing Variables Control Charts).

6.1. Gráfico de Controle das Médias e Amplitudes - Limites para Amplitude


7. Gráfico de Controle da Média e do Desvio Padrão

No Gráfico das Médias e Amplitudes, a amplitude é usada para avaliar a variabilidade do processo.

A principal vantagem desta prática reside na facilidade para obter o valor em questão. Esta vantagem é ainda maior quando as amostras não são grandes, geralmente com menos de 10 elementos cada uma.

Contudo, a medida de dispersão mais precisa é o Desvio Padrão, embora o seu cálculo seja mais complexo.

8. Gráfico de Controle da Média e do Desvio Padrão - Limites para Média - Fórmulas


OBS: A3 e A4 é um fator tabelado (Ver tabela 02 em Anexo: Factors for Constructing Variables Control Charts).

8.1. Gráfico de Controle da Média e do Desvio Padrão - Limites para Média


9. Gráfico de Controle da Média e do Desvio Padrão - Limites para Desvio Padrão - Fórmulas


OBS: B3 e B4 é um fator tabelado (Ver tabela 02 em Anexo: Factors for Constructing Variables Control Charts).

9.1. Gráfico de Controle da Média e do Desvio Padrão - Limites para Desvio Padrão


10. Anexo


Tabela 02: Factors for Constructing Variables Control Charts.

11. Referências Bibliográficas

JURAN, Joseph M. Qualidade desde o projeto: os novos passos para o planejamento da qualidade em produtos e serviços. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2004.

MARSHALL JUNIOR, Isnard; CIERCO, Agliberto Alves; ROCHA, Alexandre Varanda; MOTA, Edmarson Bacelar; LEUSIN, Sérgio. Gestão da qualidade. 8.ed. Rio de Janeiro: FGV, 2006.

D. C. Montgomery, Wiley. Introduction to Statistical Quality Control. 6nd edition. USA, 2009.



[1] Walker Zacharias Bastos Filho, é Bacharel em Engenharia de Produção pela UNIVERSO - Universidade Salgado de Oliveira; Bacharel em Administração pela FRB - Faculdade Ruy Barbosa/DeVry; MBA Executivo Internacional em Gerenciamento de Projetos pela FGV - Fundação Getulio Vargas e pela Ohio University; PMP – Project Management Professional; Auditor Líder da Qualidade - ISO 9001; Auditor Líder Ambiental - ISO 14001; Auditor Líder de Segurança e Saúde Ocupacional - ISO 45001. Auditor Líder da Qualidade Automotiva - IATF 16949. < https://walkerbastos.wixsite.com/walker-bastos / walkerbastos.blogspot.com.br >