domingo, 27 de agosto de 2017

As 7 Ferramentas da Qualidade: Controle Estatístico do Processo (CEP)

FILHO, Walker. Z. Bastos[1]

1. Introdução

Controle Estatístico do Processo (CEP) este termo geralmente se refere ao conceito de aplicação de metodologia estatística aos problemas de controle de processo. O conceito inclui, entre outras coisas, a coleta dos dados básicos e o uso do Quadro de Controle de Shewhart para se distinguir as mudanças reais no processo das mudanças aparentes.
(JURAN, 2004:285)

Um problema frequente no controle de processos é interpretação das diferenças observadas. Qualquer avaliação do produto ou processo usualmente diferente da avaliação anterior. Essas diferenças observadas podem resultar de:

a)   Uma Mudança Real no produto ou no processo.
b) Uma Mudança Aparente, originária de variações fortuitas (essas mudanças são abundantes quando as amostras são pequenas). Uma mudança aparente é um falso alarme. É uma perda de tempo buscar a causa: ela não é “encontrável”.
(JURAN, 2004:286)

2. Carta de Controle (Quadro de Controle)

Carta de Controle é um tipo específico de gráfico de controle que serve para acompanhar a variabilidade de um processo, identificando suas causas comuns (intrínsecas ao processo) e as especiais (aleatórias).
(MARSHALL, 2006:99)



As Causas Comuns estão relacionadas ao funcionamento do próprio sistema (Por exemplo, projetos e equipamentos), enquanto as Causas Especiais refletem ocorrências fora dos limites de controle (por exemplo, falha humana, queda de energia, matéria prima não-conforme).
(MARSHALL, 2006:99)

Para a construção da carta de controle deve-se calcular estatisticamente o Limite Superior de Controle (LSC), o Limite Superior Inferior de Controle (LIC) e Limite Médio (LM) de um processo. Os dados do processo, dentro desses limites, caracterizarão, na maior parte das vezes, que o mesmo está estatisticamente sob controle (estável) e que as flutuações são consistentes e inerentes ao processo.

Por outro lado, dados fora desses limites caracterizam ocorrências indesejáveis (Causas Especiais), merecendo, consequentemente, análise pormenorizada.
(MARSHALL, 2006:99)

3. Tabela de Amostras e Cálculos

Para exemplificar a utilização do Controle Estatístico do Processo (CEP), foi criada a tabela 01, onde constam exemplos de amostras, assim como os cálculos da Média (Ẋ), da Amplitude (R) e do Desvio Padrão (s).

Tabela 01: Tabela de Amostras e Cálculos.

4. Gráfico de Controle por Variável

O gráfico de controle por variável é amplamente utilizado quando se pretende avaliar grandezas mensuráveis, como diâmetro, peso e comprimento.

Os gráficos de variáveis podem ser considerados como a mais típica das aplicações do CEP, e um dos seus principais atributos é a precisão das informações fornecidas. 

5. Gráfico de Controle das Médias e Amplitudes - Limites para Média - Fórmulas


OBS: A2 é um fator tabelado (Ver tabela 02 em Anexo: Factors for Constructing Variables Control Charts).

5.1. Gráfico de Controle das Médias e Amplitudes - Limites para Média


6. Gráfico de Controle das Médias e Amplitudes - Limites para Amplitude - Fórmulas


OBS: D3 e D4 é um fator tabelado (Ver tabela 02 em Anexo: Factors for Constructing Variables Control Charts).

6.1. Gráfico de Controle das Médias e Amplitudes - Limites para Amplitude


7. Gráfico de Controle da Média e do Desvio Padrão

No Gráfico das Médias e Amplitudes, a amplitude é usada para avaliar a variabilidade do processo.

A principal vantagem desta prática reside na facilidade para obter o valor em questão. Esta vantagem é ainda maior quando as amostras não são grandes, geralmente com menos de 10 elementos cada uma.

Contudo, a medida de dispersão mais precisa é o Desvio Padrão, embora o seu cálculo seja mais complexo.

8. Gráfico de Controle da Média e do Desvio Padrão - Limites para Média - Fórmulas


OBS: A3 e A4 é um fator tabelado (Ver tabela 02 em Anexo: Factors for Constructing Variables Control Charts).

8.1. Gráfico de Controle da Média e do Desvio Padrão - Limites para Média


9. Gráfico de Controle da Média e do Desvio Padrão - Limites para Desvio Padrão - Fórmulas


OBS: B3 e B4 é um fator tabelado (Ver tabela 02 em Anexo: Factors for Constructing Variables Control Charts).

9.1. Gráfico de Controle da Média e do Desvio Padrão - Limites para Desvio Padrão


10. Anexo


Tabela 02: Factors for Constructing Variables Control Charts.

11. Referências Bibliográficas

JURAN, Joseph M. Qualidade desde o projeto: os novos passos para o planejamento da qualidade em produtos e serviços. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2004.

MARSHALL JUNIOR, Isnard; CIERCO, Agliberto Alves; ROCHA, Alexandre Varanda; MOTA, Edmarson Bacelar; LEUSIN, Sérgio. Gestão da qualidade. 8.ed. Rio de Janeiro: FGV, 2006.

D. C. Montgomery, Wiley. Introduction to Statistical Quality Control. 6nd edition. USA, 2009.



[1] Walker Zacharias Bastos Filho, é Bacharel em Engenharia de Produção pela UNIVERSO - Universidade Salgado de Oliveira; Bacharel em Administração pela FRB - Faculdade Ruy Barbosa/DeVry; MBA Executivo Internacional em Gerenciamento de Projetos pela FGV - Fundação Getulio Vargas e pela Ohio University; PMP – Project Management Professional; Auditor Líder da Qualidade - ISO 9001; Auditor Líder Ambiental - ISO 14001; Auditor Líder de Segurança e Saúde Ocupacional - ISO 45001. Auditor Líder da Qualidade Automotiva - IATF 16949. < https://walkerbastos.wixsite.com/walker-bastos / walkerbastos.blogspot.com.br >

“Gerenciar ou controlar um processo é o ato de..." - Prof. Vicente Falconi


terça-feira, 15 de agosto de 2017

“Qualidade significa fazer certo quando ninguém está olhando.” - Henry Ford


Transição da ISO/TS 16949:2009 para IATF 16949:2016



FILHO, Walker Z. Bastos [[1]]

1. A norma IATF 16949:2016

A IATF 16949 é a norma que define os requisitos de um sistema de gestão da qualidade para organizações da indústria automotiva.

Em outubro de 2016, foi publicada a IATF 16949:2016, a qual substituiu a versão anterior (ISO/TS 16949:2009).

2. Objetivo da IATF 16949:2016

A IATF 16949:2016 tem como objetivo o desenvolvimento de um sistema de gerenciamento de qualidade para organizações da indústria automotiva, que ofereça melhoria contínua, enfatizando a prevenção de defeitos e a redução de variação e desperdício na cadeia de suprimentos.

3. Correlação entre a IATF 16949:2016 e a ISO 9001:2015

A IATF 16949:2016 está alinhada e refere-se à versão mais recente da norma de sistemas de gerenciamento de qualidade, a ISO 9001:2015, respeitando sua estrutura e requisitos.

A IATF 16949:2016 não é uma norma de gerenciamento de qualidade independente. Ela é implementada como um complemento e em conjunto com a ISO 9001:2015. Isso significa que uma organização no setor automotivo que procuram a certificação IATF 16949:2016 também deve cumprir a norma ISO 9001:2015.

4. Por que a norma foi revista?

As normas ISO são revistas a cada cinco anos e revistas se necessário. Isto ajuda a garantir que elas permaneçam sendo ferramentas úteis para o mercado.

A IATF 16949:2016 suporta totalmente essas mudanças na ISO 9001:2015 com requisitos adicionais que melhor atendem às necessidades da indústria automotiva.

5. Atualmente, estou usando ISO/TS 16949:2009. O que eu devo fazer?

A IATF 16949:2016 já substituiu a ISO/TS 16949:2009. Desde que foi revista para atender às necessidades das organizações do setor automotivo de hoje, recomendamos que seja atualizado o seu sistema de gestão da qualidade para se ajustar à nova versão.

Cada organização do setor automotivo é diferente, então os passos necessários para ajustar o seu sistema de gestão são susceptíveis de serem exclusivos para sua situação. No entanto, aqui estão algumas dicas que irão ajudá-lo a começar no caminho.

Dica 1 - Familiarize-se com as normas ISO 900:2015 e IATF 16949:2016.
Dica 2 - Identificar eventuais lacunas organizacionais que precisam ser abordadas para atender às novas exigências.
Dica 3 - Desenvolver um plano de implementação.
Dica 4 - Fornecer treinamento adequado para todos os indivíduos envolvidos na implementação da ISO 9001:2015 e da IATF 16949:2016 em sua organização.
Dica 5 - Atualize seu sistema de gestão da qualidade existente para atender os requisitos revistos.
Dica 6 - Se você está certificado na ISO/TS 16949:2009, fale com o seu organismo de certificação sobre a transição para a IATF 16949:2016.

6. Período de transição da ISO/TS 16949:2009 para IATF 16949:2016

Se você deseja manter a sua certificação ISO/TS 16949, você precisa atualizar o seu sistema de gestão da qualidade para a norma IATF 16949:2016.

Você tem um período de transição que deverá estar completo até 14 de setembro de 2018. Isto significa que após esta data, um certificado com a ISO/TS 16949 não será mais válido.

7. Fontes

Automotive Industry Action Group (AIAG) - www.aiag.org
International Automotive Task Force (IATF) - www.iatfglobaloversight.org
International Organization for Standardization (ISO) - www.iso.org




[1] Walker Zacharias Bastos Filho, é Bacharel em Engenharia de Produção pela UNIVERSO - Universidade Salgado de Oliveira; Bacharel em Administração pela FRB - Faculdade Ruy Barbosa/DeVry; MBA Executivo Internacional em Gerenciamento de Projetos pela FGV - Fundação Getulio Vargas e pela Ohio University; PMP - Project Management Professional; Auditor Líder da Qualidade - ISO 9001; Auditor Líder Ambiental - ISO 14001; Auditor Líder de Segurança e Saúde Ocupacional - OHSAS 18001; Auditor Líder da Qualidade Automotiva - IATF 16949. < https://walkerbastos.wixsite.com/walker-bastos >

Vídeo: Kaizen ( 改善 ) - Método de Melhoria Contínua


sexta-feira, 4 de agosto de 2017

Desenvolvimento Sustentável: ONU - Objetivos Globais para o Desenvolvimento Sustentável



Todos os países do mundo, a sociedade civil e outros parceiros se reuniram em setembro de 2015 na sede da Organização das Nações Unidas (ONU) para adotar objetivos globais ambiciosos para o planeta e para as pessoas.

Os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e suas 169 metas demonstram a escala e a ambição desta nova agenda universal, a #Agenda2030.

Informações completas em:



Fonte: ONU Brasil

Vídeo: Desenvolvimento Sustentável: Emma Watson apresenta a maior aula do mundo


Emma Watson apresenta a maior aula do mundo

Emma Watson convida as crianças a se envolver nos Objetivos Globais da ONU, parte da #Agenda2030 para o Desenvolvimento Sustentável.

Mais:

Fonte: ONU Brasil

Desenvolvimento Sustentável: Cidades Inteligentes - Por Walker Z. Bastos Filho


Por FILHO, Walker Z. Bastos [1]

1. Introdução

O conceito de cidades inteligentes vem sendo abordado mundialmente com o intuito de buscar soluções para os problemas relacionados ao crescimento populacional, à poluição, o desperdício de recursos naturais, dos problemas de trânsito, de saúde e de insegurança. Para isso, a sociedade, as organizações públicas e privadas, vêm investindo em novas tecnologias e na otimização dos espaços urbanos para melhoria da qualidade de vida, do meio ambiente e da mobilidade.

Palavras-chave: Cidades Inteligentes; Cidades do Futuro; Cidades Sustentáveis; Smart Cities.


2. O que são as cidades inteligentes?

O conceito de Smart Cities, ou Cidades Inteligentes, se define pelo uso da tecnologia para melhorar a infraestrutura urbana e tornar os centros urbanos mais eficientes e melhores de se viver.

Segundo a união Europeia, Smart Cities são sistemas de pessoas interagindo e usando energia, materiais, serviços e financiamento para catalisar o desenvolvimento econômico e a melhoria da qualidade de vida.


3. Por que precisamos das cidades inteligentes?

Com o grande crescimento da população, a cada dia aumentam as preocupações com o ambiente, além dos problemas relacionados ao crescimento urbano, como:

      A insegurança;
      Problemas relacionados à saúde;
      Mobilidade (trânsito);
      Desperdício de água;
     Desperdício de energia (proveniente principalmente de fontes não renováveis);
      Poluição, etc...

Por isso, o desenvolvimento de tecnologias e recursos que permitam as cidades suportar tais condições, além de evitar maiores impactos sobre o planeta, vem recebendo bastante atenção.

4. O que é necessário para o desenvolvimento das cidades inteligentes?

Para que uma cidade atinja o status de “inteligente”, alguns objetivos precisam ser atingidos. Entre eles, podemos destacar:

ü  A comunidade atuar em conjunto com o governo na resolução dos problemas públicos;
ü  O oferecimento de recursos e de serviços acessíveis para todos os moradores;
ü  Os lugares de uso comum (como parques e praças) devem ser seguros e agradáveis;
ü  O transporte público deve ser uma alternativa viável ao uso de carros particulares. Além de ser seguro e confiável;
ü  Haver coleta eficiente do lixo e um sistema de reciclagem eficaz;
ü  Existir uma gestão eficaz sobre o fornecimento e utilização da água;
ü  Utilização energia proveniente de fontes renováveis;
ü  As moradias disponíveis devem ser acessíveis para os habitantes;
ü  As novas casas construídas no local devem ser eficientes com relação ao uso de energia;
ü  O fluxo de informação é utilizado de forma inteligente, para tomada de decisões no que diz respeito ao sistema de gestão ambiental, por parte dos gestores da cidade.


5. O que é necessário para o desenvolvimento das cidades inteligentes?


6. Conceito visual das cidades inteligentes



·                     Edifícios (Buildings):

Os edifícios residenciais e comerciais de 31% do consumo de energia do mundo. (Fonte: IEA)

De elevadores para escadas rolantes, da ventilação para sistemas de aquecimento, as Normas Internacionais de aumentar a eficiência e sustentabilidade.

·                     Cibersegurança (Cybersecurity):

Em nosso mundo interconectado, existe um risco crescente de ciberataques.
Compreender e identificar ameaças cibernéticas e proteger dados privados e institucionais são de suma importância.

Normas Internacionais de garantir a proteção das infraestruturas essenciais, tais como eletricidade, água, fabricação ou a transmissão de informações.

·                     Indicadores (Indicators):

As cidades são centros culturais e econômicos, que hoje geram 70% da produção econômica global (fonte: ONU).

As cidades precisam para avaliar o seu desempenho e medir o progresso ao longo do tempo, com o objetivo final de melhorar a qualidade de vida e sustentabilidade.

As normas ajudam os gestores municipais avaliar o que eles estão fazendo bem e o que precisa melhorar, a fim de colocar em prática políticas para as cidades mais habitáveis, tolerantes, sustentáveis, resilientes, economicamente atrativas e prósperas.

·                     Energia (Energy)

As cidades são responsáveis por 60% a 80% do uso de energia do mundo (fonte: IEA).

Para a geração de energia a partir de combustíveis fósseis, energia nuclear ou as energias renováveis, as normas internacionais abriram o caminho para garantir a segurança, a eficiência energética e compatibilidade de sistemas.

·                     TIC (ICT)

Tecnologias de informação e comunicação (TIC) nos ajudar a maximizar o uso dos dados disponíveis nos rodeia de uma forma que melhora os serviços da cidade.

Ao integrar as TIC nos sistemas da cidade, cidades inteligentes pode mapear seu ecossistema complexo de relações produtivas do mundo virtual, melhorando a nossa compreensão de como eles funcionam e onde podemos aumentar a sustentabilidade.

TIC como "Internet das coisas" tecnologias adicionar sensoriais, computação e comunicação capacidades na infraestrutura da cidade. Cidades inteligentes dependem de normas internacionais para permitir a interligação entre sistemas de TIC, integração de sistemas, a troca de dados e interoperabilidade.

·                     Meio Ambiente (Environment):

Normas Internacionais de ajudar os tomadores de decisões a considerar o impacto ambiental das suas atividades, dando orientação determinante para saber se a avançar com um projeto, reavaliar os seus méritos, ou introduzir medidas para proteger o meio ambiente.

·                     Transporte (Transport):

Sistemas de transporte inteligentes podem diminuir o congestionamento de 5% a 15%. (Fonte: EC)

Sistemas de transporte inteligentes e veículos elétricos movidos contar com as Normas Internacionais para a comunicação, condução automatizada, chamadas de emergência automáticas, gestão de tráfego inteligente, carregamento e segurança global.

·                     Sustentabilidade (Sustainability):

O mundo está se preparando para cumprir as Metas de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas para os próximos 15 anos, para acabar com a pobreza, proteger o planeta e assegurar a prosperidade para todos.

Padrões ajudar a medir o desempenho das infraestruturas da comunidade inteligentes como energia, água, transporte, resíduos e sistemas de informação e tecnologia de comunicação.

Podemos usar as Normas Internacionais para reduzir o desperdício e aproveitar ao máximo os nossos recursos hoje e para as gerações futuras.

·                     Iluminação (Lighting):

Seja em casa ou no trabalho, em fábricas ou na rua, no estádio ou nos aeroportos, a iluminação representa 19% de todo o consumo de energia elétrica. (Fonte: IEA).

Soluções eficientes como os contadores inteligentes, redes inteligentes, as lâmpadas de nova geração, sistemas de controle, e mais, confiar em tecnologias padronizadas para gerenciar e reduzir o consumo de eletricidade.

·                     Desperdício (Waste):

Os resíduos diariamente das cidades pode encher uma fila de caminhões de lixo de 5.000 km de extensão. (Fonte: Banco Mundial)

Sem normas internacionais para os produtos, procedimentos de segurança, transporte, armazenagem e transferência, gestão de resíduos seria mais caro e difícil.

·                     Serviços (Service):

Muitas cidades estão tomando o caminho "inteligente", com uma abordagem mais integrada e eficiente para a forma como os serviços são operados e entregues, melhorando a qualidade de vida e da cidade sustentabilidade dos cidadãos.

Imaginem se o frigorífico sabia quando "ordem" mais comida, ou seus dados de saúde foram facilmente disponíveis em caso de emergência.

Nossa imaginação é o limite para a cidade do futuro, mas precisamos de normas internacionais para tornar esses sonhos uma realidade.

7. O mercado das cidades inteligentes 

ü  Potencial de Crescimento: As cidades nunca estiveram tão populosas. Há 200 anos, apenas três urbes do mundo - Londres, Tóquio e Pequim – já possuíam mais de um milhão de habitantes. Hoje, são 442 metrópoles que bateram os sete dígitos. Mais de metade da população mundial já vive em centros urbanos e, segundo estimativas da ONU, até 2030, esse percentual deve subir para 70%.
ü  Criação de novas cidades: A ideia das cidades inteligentes ganhou força e foi impulsionada pela construção do “zero” de cidades inteligentes como Songdo, na Coreia do Sul, e Masdar, em Dubai.
ü  Inovações em antigas cidades: No setor público, a União Europeia foi uma das pioneiras. Lançou, em 2007 um programa de incentivo para que 70 cidades médias pré-selecionadas invistam em inovações. Capitais como Barcelona ficaram de fora, mas fizeram seus próprios programas. A cidade espanhola está construindo um bairro, o Distrito22@, que, a exemplo das cidades inteligentes orientais, funciona como um laboratório de testes de soluções urbanas.
ü  Mercado: Uma pesquisa recente da Pike Research revelou que o mercado de cidades inteligentes deve movimentar cerca de US$ 1 trilhão até 2016.
ü  Inciativas público e privado: Grandes empresas de tecnologia (como a IBM e a Siemens, que criaram departamentos de pesquisa na área), instituições de ensino (como o MIT e seu centro de investigações e protótipos para cidades inteligentes) e governos apostam no conceito.


8. Cidades Inteligentes - Meio Ambiente

8.1. Case: Fujisawa Sustainable Smart Town (SST) – Meio Ambiente

Fujisawa Sustainable Smart Town, ou simplesmente Fujisawa SST, no leste do Japão. Localizada a cerca de 50 km da capital Tóquio, a cidade inteira funciona de forma inteligente, consumindo menos recursos naturais. Ela conta com serviços de compartilhamento de carros e bicicletas elétricas, casas alimentadas por energia solar e os moradores têm até incentivo financeiro para reduzirem o consumo de energia. O projeto é fruto de uma parceria da Panasonic com outras sete empresas japonesas e uma norte-americana. Seu custo estimado é de R$ 1,3 bilhão. Até 2018, segundo projeções da empresa, cerca de três mil pessoas devem habitar Fujisawa. A ideia é que ela evolua para se adaptar às novas tecnologias limpas que possam reduzir ainda mais o impacto sobre o meio ambiente e também  sirva de inspiração para outras cidades do Japão e do mundo.   



8.1.2. Fujisawa Sustainable Smart Town (SST) e sua interação com o Meio Ambiente:

ü  Energia solar - Fontes renováveis de energia são responsáveis por 30% do abastecimento da nova cidade. Painéis solares instalados nos telhados das casas garantem a energia necessária para os moradores. As sobras são armazenadas em baterias.
ü  Controle de gastos - Em tempo real, o morador pode acompanhar o que é gerado, consumido e armazenado. É possível saber também quais equipamentos estão consumindo mais energia. Moradores que consumirem menos serão recompensados com pontos que poderão ser usados para amortizar o financiamento da casa.
ü  Iluminação pública e segurança - Toda a iluminação das ruas é feita com lâmpadas de baixo consumo, que possuem detecção de presença. Quando os sensores do sistema detectam alguém, a iluminação pública LED é intensificada nas áreas à frente, enquanto câmeras funcionam em sincronia para zelar pela segurança.
ü  Compartilhamento de veículos elétricos - A cidade conta com “smart spots”, pontos específicos onde os moradores podem alugar bicicletas e carros elétricos. Eles podem ser compartilhados ou alugados com hora marcada e as reservas podem ser feitas através da televisão, na própria       residência.
ü  Menos poluição - As novas soluções tecnológicas e a arquitetura sustentável utilizadas na cidade buscam reduzir em 70% a emissão de CO2, um dos gases vilões aquecimento global, e economizar 30% no consumo de água.


9. Cidades Inteligentes - Qualidade de Vida

9.1. Case: Fujisawa Sustainable Smart Town (SST) e a Qualidade de Vida de sua população:

ü  Comunidade - Há centros de cuidados médicos para idosos, espaço para recreação infantil e para realização de eventos à disposição de todos. A praça é o principal marco da cidade, onde são fornecidos serviços e oficinas interativas aos moradores. São oferecidos programas de voluntariado ambiental, acompanhados de dicas para um  estilo de vida mais ecológico.


ü  Ruas - Algumas ruas são exclusivas para carros e bicicletas e outras são apenas para pedestres, ampliando a segurança para que crianças circulem. Ruas abertas e pintadas de verde, por exemplo, são ideais para a prática de caminhadas e corrida.

9.2. Case: MIT - CityHome

O MIT desenvolveu o protótipo CityHome, um apartamento modular de 75 m² equipado com paredes robóticas que permitem mudar as configurações do espaço de acordo com o uso: receber 14 amigos para um jantar, dois hóspedes para dormir, trabalhar em casa ou fazer atividades físicas pela manhã são exemplos. O usuário testaria as diversas opções de layout em um aplicativo para tablet. Escolhidos os modelos de preferência, bastaria acionar as paredes — providas de rodas motorizadas e móveis embutidos. “A possibilidade de ter todos os ambientes modulares permite que as pessoas ocupem menos espaço e tenham a chance de trabalhar em casa com as mesmas condições que teriam em um escritório”, afirma Chin, do MIT.

O apartamento modulável seria parte de um edifício inteligente, com horta vertical, escritórios coletivos e estação de carros dobráveis compartilhados (veja nesta apresentação em Cidades Inteligentes - Mobilidade), ocupando muito menos espaço no estacionamento.


10. Cidades Inteligentes - Mobilidade

Veículos compartilhados, ciclovias, ônibus elétricos, carros elétricos dobráveis e semáforos cujo tempo aberto e fechado muda de acordo com as condições do trânsito. A mobilidade é um dos principais focos das cidades que pretendem ser mais inteligentes.


10.1. Case: Bucheon, Coreia do Sul - Mobilidade

Em Bucheon, na Coreia do Sul, o monitoramento da circulação de veículos era feito via circuitos fechados de vídeo assistidos de uma central, o que dava uma margem de erro de 50% na interpretação de dados como quantidade de veículos nas ruas. Em 2011, a cidade de 900 mil habitantes entrou no Smarter Cities Challenge, programa da IBM.

Juntamente com a empresa, a prefeitura da cidade sul-coreana criou um sistema de trânsito que reúne três principais tecnologias: prever onde haverá engarrafamentos até dez minutos antes que eles aconteçam, alterar o tempo dos semáforos de acordo com a movimentação das vias e enviar alertas em tempo real aos motoristas via letreiros nas ruas e também por um aplicativo para smartphone sugerindo as melhores (e desaconselhando as piores) rotas dentro da cidade.

O sistema melhorou a coleta das informações, agora 12 vezes mais rápida, permitindo dados mais precisos sobre a situação do trânsito. “Se há um acidente, policiais e socorristas são alertados na hora, antes mesmo de um motorista ter que pegar o telefone para ligar para a emergência”, afirma Cezar Taurion, gerente de Novas Tecnologias da IBM Brasil.


10.2. Case: MIT - Hiriko

Lançado em 2014, o Hiriko, desenvolvido pela City Science Initiative do MIT desde 2001, é um carro elétrico e dobrável que ocupa 60% menos espaço do que um automóvel médio. Quando estacionado, se dobra: suas rodas ficam mais próximas, fazendo com que o eixo se incline. Isso reduz ainda mais o carro. Em uma vaga de estacionamento comum cabem três Hirikos dobrados.


10.3. Case: Ecocidade de Tianjin, em Singapura

A visão envolvendo o projeto para criar a ecocidade de Tianjin, em Singapura, é sustentada por duas filosofias principais: "Three Harmonies" e "Three Abilities" (ou três harmonias e três habilidades, em uma tradução livre). Basicamente, a ideia com relação ao primeiro tópico é que as pessoas vivam em conciliação umas com as outras, entusiasmadas com as suas atividades econômicas e de maneira sustentável com o ambiente.

Para isso, foram criadas ciclofaixas e calçadas de alta qualidade, com a intenção de evitar ao máximo a necessidade de utilizar veículos motorizados. Consequentemente, nas vias compartilhadas com esse tipo de condução, a prioridade deve ser sempre concedida ao pedestre e aos ônibus.


11. Iniciativas para criação de cidades inteligentes


Worlds Smart City: Comunidade mundial para o desenvolvimento de Cidades Inteligentes e Fórum (#WorldSmartCity2016). É uma inciativa do IEC (International Electrotechnical Commission), em parceria com a norma ISO e ITU - os três corpos globais de normalização que preparam as Normas Internacionais para o mundo.


Connected Smart Cities – Cidades do Futuro no Brasil: O Connected Smart Cities envolve empresas, entidades e governos em um evento que tem por missão encontrar o DNA de inovação e melhorias para cidades mais inteligentes e conectadas umas com as outras, sejam elas pequenas ou megacidades.


Minha Cidade Inteligente: O Projeto Minha Cidade Inteligente é parte integrante do Programa Brasil Inteligente do Ministério das Comunicações, instituído pelo Decreto 8776 de 11 de maio de 2016. O projeto objetiva, além da implantação de redes e sistemas de alta capacidade, implantar serviços e infraestrutura de monitoramento e acompanhamento das condições locais, permitindo gerar dados para criação de aplicações inovadoras, bem como permitir o amplo acesso às informações. Além disso, buscará prover às localidades alta capacidade de formação e capacitação da população.

12. Conclusão

As cidades inteligentes são de fundamental importância para sustentabilidade do planeta. Com recursos naturais cada vez mais escassos estes centros urbanos mais modernos e pensantes, agem como organismos vivos aprendendo e se adaptando, buscando uma melhor qualidade de vida para população, melhores condições de mobilidade e o respeito ao meio ambiente, procurando diminuir e eliminar resíduos, além da adoção de novas fontes de energia renováveis em detrimento das antigas, essas mais poluentes.

13. Referências bibliográficas:

  1. BARBOSA, V. Conheça Fujisawa, a cidade verde e inteligente do Japão. Revista EXAME. Disponível em <http://exame.abril.com.br/tecnologia/conheca-fujisawa-a-cidade-verde-e-inteligente-do-japao/>. Acesso em 20 out 2016.
  2. Cidades Inteligentes - Vert. Sua empresa está se preparando para fazer parte das cidades inteligentes? Disponível em <http://www.vert.com.br/blog-vert/sua-empresa-esta-se-preparando-para-fazer-parte-das-cidades-inteligentes/>. Acesso em 20 out 2016.
  3. Connected Smart Cities. Connected Smart Cities – Cidades do Futuro no Brasil. Disponível em <http://www.connectedsmartcities.com.br/>. Acesso em 15 out 2016.
  4. DIAS, Diego. Alemanha quer Proibir Carros a Combustão até 2030. Revista Quatro Rodas. Disponível em <http://quatrorodas.abril.com.br/materia/alemanha-quer-proibir-carros-a-combustao-ate-2030>. Acesso em 20 out 2016.
  5. FGV. O que é uma cidade inteligente? Disponível em <http://fgvprojetos.fgv.br/noticias/o-que-e-uma-cidade-inteligente>. Acesso em 15 out 2016.
  6. Ministério das Comunicações. Minha Cidade Inteligente. Disponível em <http://www.mc.gov.br/cidade-inteligente>. Acesso em 15 out 2016.
  7. Revista Exame. Conheça 3 cidades inteligentes pelo mundo. Disponível em <http://exame.abril.com.br/publicidade/siemens/conteudo-patrocinado/conheca-3-cidades-inteligentes-pelo-mundo>. Acesso em 15 out 2016.
  8. Tecmundo. Cidades Inteligentes: Elas estão mais próximas do que você imagina. Disponível em <http://www.tecmundo.com.br/estilo-de-vida/42095-cidades-inteligentes-elas-estao-mais-proximas-do-que-voce-imagina.htm>. Acesso em 15 out 2016.
  9. TENJO, L. Las 8 ciudades inteligentes de Latinoamérica. Publimetro. Disponível em <http://www.publimetro.co/lo-ultimo/infografia-las-8-ciudades-inteligentes-de-latinoamerica/lmkmld!sj3Jm3qvNPxg/>. Acesso em 20 out 2016.
  10. TONON, R. Cidades Inteligentes. Revista Galileu. Disponível em <http://revistagalileu.globo.com/Revista/Common/0,,ERT338454-17773,00.html>. Acesso em 15 out 2016.
  11. Worlds Smart City. Worlds Smart City. Disponível em <http://www.worldsmartcity.org/>. Acesso em 15 out 2016.



[1] Walker Zacharias Bastos Filho, é Bacharel em Engenharia de Produção pela UNIVERSO - Universidade Salgado de Oliveira; Bacharel em Administração pela FRB - Faculdade Ruy Barbosa/DeVry; MBA Executivo Internacional em Gerenciamento de Projetos pela FGV - Fundação Getulio Vargas e pela Ohio University; PMP – Project Management Professional; Auditor Líder da Qualidade - ISO 9001; Auditor Líder Ambiental - ISO 14001; Auditor Líder de Segurança e Saúde Ocupacional - OHSAS 18001. Auditor Líder da Qualidade Automotiva - IATF 16949. < https://walkerbastos.wixsite.com/walker-bastos >