FILHO,
Walker Z. Bastos [1]
1. As
organizações e a questão ambiental
A questão ambiental esta fazendo cada vez
mais parte do cotidiano das organizações. A elas é atribuída a responsabilidade
do projeto, da produção, da disponibilização ao consumidor até próprio descarte
dos seus produtos. As empresas adotam a ecoeficiência estrategicamente para
crescer e prosperar nessa nova conjuntura mundial. Sobre esta questão podemos
verificar:
Conseguir
crescer, lucrar e, ao mesmo tempo, fechar ciclos produtivos de maneira virtuosa
dependerá, em grande medida, de seguir à risca os princípios da ecoeficiência
-- um conceito que foi popularizado no início da década de 90 por Stephan
Schmidheiny, bilionário suíço criador do Conselho Empresarial para o
Desenvolvimento Sustentável (WBCSD). Em sua definição mais abrangente e
ambiciosa, uma empresa ecoeficiente seria capaz de prosperar garantindo o menor
impacto ambiental possível em todas as etapas de seu processo: da concepção do
produto à sua fabricação, chegando até ao modo como ele será descartado pelo
consumidor. (HERZOG,
2007:18)
Tratar estrategicamente as questões
ambientais, sociais e econômico-financeiras de forma sustentável pode
representar para as empresas um importante diferencial competitivo. Mano (2007:4) descreve
tal afirmativa com base na opinião de Michael Porter e exemplifica com um case
da Toyota:
Em
recente artigo publicado pela Harvard Business Review, o americano Michael
Porter, um dos maiores especialistas em estratégia empresarial da atualidade,
mostra que o conceito de sustentabilidade -- que se apóia nos aspectos
ambiental, social e econômico-financeiro -- deve ser visto como uma
oportunidade de negócio e ser levado ao centro da estratégia das companhias.
Algumas empresas já começam a ocupar esses novos espaços. A japonesa Toyota é
um dos melhores exemplos. O modelo Prius, lançado em 1997, com motor que
funciona com base em um sistema híbrido de eletricidade e gasolina, conseguiu
não apenas diminuir a emissão de gases tóxicos como também garantir à montadora
uma enorme vantagem competitiva. Segundo ele, a ruptura causada pelo
aquecimento global pode representar uma fonte de inovação e de vantagem
competitiva.
Neste novo contexto mundial o cliente tem papel
um fundamental na definição da estratégia organizacional e na pressão
sócio-ambiental exercida sobre as empresas. Ao não se atentar a esta mudança na
consciência organizacional elas pode estar negligenciando possíveis
oportunidades de mercado advindas dos consumidores cada vez mais exigentes em
relação ao impacto dos produtos no meio ambiente. Tal fato pode ser constado
través da pesquisa feita pelo Instituto Akatu:
Uma
pesquisa do Instituto Akatu, [...], revelou que 74% dos brasileiros querem
comprar produtos que não degradem o meio ambiente. [...] “O que era um nicho de
mercado hoje é uma exigência”, afirmou o diretor do Akatu, Hélio Mattar. O
consumidor nunca teve tanto poder. “Ao fazer boas escolhas, nós influenciamos
uma cadeia de indústrias e fornecedores cuja política ambiental determina o
futuro da vida no planeta”, diz Mattar. (ARINI, 2008:66)
Ambientalmente responsáveis não só pelas suas
ações, mas também pelo impacto ambiental dos seus produtos e serviços, às
organizações passam a substituir a abordagem gerencial convencional pela uma
abordagem gerencial consciente, onde a conscientização ambiental vai interagir
como uma serie de fatores gerando novas premissas organizacionais. Tal mudança
pode ser vista através da tabela 1:
Tabela
1: Mudanças na empresa através da conscientização ambiental
Fonte:
Adaptado de Robles (2006:24)
Conforme esta nova abordagem as empresas
procuram tratar o meio ambiente como sendo uma oportunidade para os seus
negócios e não um problema como era visto até bem pouco tempo.
Neste novo prisma da questão ambiental, ao estudarmos
o envolvimento das ONGs e dos movimentos sociais que eram vistos como algo
nocivo aos negócios das empresas (ao impedirem a realização de determinados
projetos ou a disponibilização de produtos e serviços, os quais em tese
poderiam prejudicar o meio ambiente), agora estes se tornam parceiros das corporações
no chamado “lobby verde”, o qual pressiona governos e parlamentos e se alia aos
consumidores objetivando aprimorar as práticas, aumentar a lucratividade e
melhorar a sua imagem juntamente com a preservação ecológica. Sobre o “lobby verde”
Pimenta descreve:
Operando
principalmente por meio de entidades de classe, como a Federação das Indústrias
do Estado de São Paulo (Fiesp), e em parceria com ONGs, o lobby verde
corporativo busca influenciar os parlamentares e o governo como um todo.
"Nesse campo, as empresas e os setores mais modernos da economia têm três
interesses principais, todos legítimos: aprimorar suas práticas, ganhar
dinheiro e melhorar sua imagem", diz Eduardo Carlos Ricardo, diretor da
Patri Políticas Públicas [...] (PIMENTA,
2008:44)
Verificamos também que existem pressões
contrarias ao “lobby verde” por parte de algumas empresas. Constatamos que
estas organizações contrárias a medidas ambientalmente responsáveis podem
despertar a antipatia dos seus consumidores, o que influenciaria negativamente
no seu próprio lobby. Tal afirmativa pode ser descrita e exemplificada através
do seguinte texto:
Considerados
referência mundial em termos de lobby, os Estados Unidos têm os mais poderosos
grupos de pressão no setor ambiental, sejam eles formados por ONGs ou advogados
especializados no tema. Segundo uma recente reportagem da revista Newsweek, por
causa do lobby da indústria petrolífera e dos pecuaristas que o estado do Texas
se tornou o mais poluído do país. Tal título deve ser atribuído à influência de
empresas como a Exxon Mobil, sediada na cidade de Houston, que tem feito
lobbies bem-sucedidos até mesmo contra programas estaduais de incentivo à
instalação de painéis de energia solar em residências. O maior problema de
movimentos como o da Exxon é que cada vez mais as empresas que se mostram
contrárias a medidas ambientalmente responsáveis ganham a antipatia dos
consumidores -- um efeito colateral que pode jogar por terra o trabalho de
qualquer lobista. (PIMENTA, 2008:45)
Na tabela 2 foi feito um levantamento através
de diversas fontes bibliográficas (referenciadas na própria tabela), de
diferentes tipos organizações, as quais tem investido no desenvolvimento de
produtos e em programas ambientalmente responsáveis:
Tabela
2: Empresas que investem no desenvolvimento de produtos e em programas
ambientalmente responsáveis.
Fonte: Desenvolvida
com base em MANSO (2008), HERZOG (2007), HERZOG (2008), TEIXEIRA (2006), TEIXEIRA (2008), MANO
(2008), PIMENTA (2008), ARINI (2008), REIS (2006).
As empresas estão procurando se adaptar a
nova realidade organizacional, onde as questões ambientais não podem ser
desprezadas. Neste contexto as corporações procuram ser ecoeficientes trabalhando
todos os aspectos que envolvem desde a concepção dos seus produtos e serviços
até o final do seu ciclo de vida, assim bordando de forma ambientalmente
consciente todas as suas atividades buscando atender aos seus clientes e
mitigando quaisquer impactos ambientais.
2. A
importância da gestão ambiental na gerência dos projetos
As pressões ambientais estão levando a
mudanças de atitudes por parte dos governos, das organizações e dos consumidores.
O gerenciamento de projetos é uma das áreas empresariais afetadas por estas
mudanças devido ao desenvolvimento de novos produtos.
Para Slack (2002:125) com os temas de
proteção ambiental tornando-se cada vez mais importantes, os projetistas devem
considerar cada vez mais as questões “verdes” em seu trabalho.
Nesta ótica os gerentes de projeto deveriam
considerar ainda na fase de planejamento questões como o atendimento a
legislações ambientais vigentes, o impacto dos seus produtos no meio ambiente e
os aspectos econômico-ambientais ligados à gestão dos projetos.
2.1.
Atendimento a legislações ambientais vigentes
Ao realizarmos o gerenciamento ambiental dos
projetos devemos considerar os aspectos legais do projeto e os possíveis
impactos ambientais que este pode vir a causar ao meio ambiente.
A pressão por leis mais rígidas é uma
realidade que não pode ser ignorada. Segundo Pimenta (2008:44) atualmente,
cerca de 80 projetos de lei de cunho ambiental tramitam na câmara e no senado
brasileiro.
Em 1997 foi criado no Brasil o licenciamento
ambiental para prevenir impactos ambientais nocivos provenientes da
implementação de determinados tipos de projetos ou da atividade exercida por
uma organização.
O licenciamento ambiental que se trata de um
procedimento administrativo através do qual o órgão ambiental analisa a
proposta para implantação do projeto e o legitima, estabelecendo as condições,
restrições e medidas de controle ambiental para o seu funcionamento e operação.
Pimenta (2007:40) descreve que desde 1997, a lei determina que o Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) licencie
todos os projetos que incluam dois ou mais estados, estejam em terras ou rios
federais ou em áreas de fronteira. Em obras menos complexas, a licença fica a
cargo de órgãos estaduais ou municipais.
Com o aumento das exigências legais e da
pressão ambiental, determinados tipos de projetos como os de infra-estrutura
passaram a depender estudos e relatórios específicos como o EIA (Estudo de
Impacto Ambiental) e o Rima (Relatório de Impacto Ambiental), para obtenção de
autorização das suas atividades por parte do governo. Tal fato gerou um mercado
de empresas que auxiliam os projetos, no que tange a gestão ambiental e na
obtenção de certificações, estudos e relatórios legais. Sobre esta questão
Pimenta constata:
Nos
últimos anos, as exigências legais, a pressão dos grupos ecológicos e a
retomada de grandes projetos de infra-estrutura criaram um novo mercado verde
para as empresas que produzem os estudos de impacto exigidos pelo governo, os
EIA-Rima (Estudo de Impacto Ambiental - Relatório de Impacto Ambiental), e
executam os projetos de gestão ambiental. (PIMENTA, 2007:40)
O Brasil tem tido avanços significativos no
que tange a preservação ambiental através da sua legislação vigente. Os fatores
ambientais já estão sendo decisivos para implementação ou não de determinados
projetos. Esta tendência deve se intensificar nas diferentes áreas de atuação,
dos diversos tipos de organizações, as quais deverão gerir seus projetos de
forma sustentável. A respeito da evolução brasileira nesta conjuntura
internacional Pimenta explicita:
Em
termos de preservação, o Brasil está a meio caminho entre os Estados Unidos e a
China. Com leis mais rígidas e grupos ecológicos mais ativos, os americanos
mantêm um alto escrutínio sobre novos projetos. Apesar de apoiada pelo governo
Bush, a perfuração de novos poços de petróleo numa área de preservação do
Alasca foi barrada pelo Senado americano. Já na China, a construção de Três
Gargantas desalojou quase 2 milhões de pessoas e alagou relíquias das dinastias
Ming e Qing. "No Brasil, de agora em diante, o fator ambiental vai ditar o
destino dos projetos", diz Ayres da Costa. "Se não for sustentável,
será um mau negócio e não irá adiante”. (PIMENTA, 2007:42)
2.2.
Impacto do produto no meio ambiente
Ao gerenciarmos um projeto podemos analisar
os possíveis impactos ambientais dos produtos que estão sendo desenvolvidos.
Cabe ao gerente do projeto coletar as
informações necessárias para adequar o escopo produto as necessidades do cliente
de forma que esta seja atendida e ao mesmo tempo não incorra em possíveis rejeitos
nocivos ao meio ambiente, o que poderia inviabilizar o projeto por intermédio
da legislação ambiental vigente. Slack descreve estas restrições da seguinte
forma:
Em
muitos países desenvolvidos, a legislação já providenciou alguns padrões
básicos que restringem o uso de materiais tóxicos, limitam descargas poluentes
no ar e na água e protegem os funcionários e o público de prejuízos de curto e
longo prazo. A maior parte dessas restrições afeta tanto o projeto e a operação
de processos como o projeto dos próprios produtos. (SLACK, 2002:125)
Para Slack (2002:126) os projetistas se
confrontam com compromissos complexos entre esses fatores, embora não seja
sempre fácil obter toda a informação necessária para fazer as “melhores”
escolhas. Por exemplo, é relativamente fácil projetar um produto longa vida,
usando material forte, componentes superdimensionados, ampla proteção contra
corrosão e assim por diante. Sua produção, entretanto, usa mais materiais e
energia e poderia gerar mais rejeitos.
Para que o produto final do projeto seja
considerado não agressivo ao meio ambiente, com a possibilidade de ao final do
seu ciclo de vida poder ser reciclado não gerando rejeitos durante o seu
desenvolvimento e posteriormente nas etapas de produção, comercialização, o
gerente de projeto pode realizar uma análise dos componentes que irão fazer
parte deste produto. Tal processo pode ser chamado de análise do ciclo de vida
do produto como é citado por Slack:
Para
ajudar a tomar decisões mais racionais no processo de projeto, alguns setores
estão experimentando a análise do ciclo de vida. Essa técnica analisa todos os
investimentos iniciais da produção, o ciclo de vida, o uso do produto e seu
descarte final, em termos da energia total usada (e, mais recentemente, de
todos os rejeitos emitidos. Como dióxido de carbono, gases sulfurosos e
nitrosos, solventes orgânicos, rejeitos sólidos, etc.). As entradas e rejeitos
são avaliados em cada etapa de sua produção, começando com a extração ou
produção das matérias-primas básicas. (SLACK, 2002:126)
Ao ser realizado o trabalho de identificação
dos possíveis impactos ambientais dos componentes do produto e do seu ciclo
vida, o gerente de projetos busca atender aos requisitos do cliente e ao mesmo
tempo ter a visão de que forma este produto será recebido pelo mercado e
viabilizado legalmente, assim evitando possíveis restrições que poderiam chegar
a inviabilizar o próprio projeto.
2.3.
Aspectos econômico-ambientais na gestão de projetos
A questão ambiental vem influindo diretamente
nos aspectos econômicos das organizações. Devido às mudanças de legislação e de
comportamento por parte dos consumidores as empresas tendem a rever suas
decisões de investimento em determinados projetos buscando que estes sejam
sustentáveis. Para isso as corporações estão aumentando progressivamente os
seus orçamentos ambientais. A respeito desta questão Pimenta sita:
“Os
orçamentos ambientais aumentaram pelo menos 50% desde 2000", diz Sérgio Leão,
diretor de meio ambiente da Odebrecht. (PIMENTA, 2007:41)
O crescimento da pressão ambiental sobre as
os negócios das organizações não significar necessariamente em perdas
econômicas, existindo uma possibilidade da criação de novas oportunidades de
negócio como o do desenvolvimento de novas tecnologias e fontes de energia. Teixeira
(2006:25) descreve que a preocupação com o ambiente não significa necessariamente pisar no
freio da economia. Pelo contrário. Somente o mercado de novas energias vai
movimentar meio trilhão de dólares anuais na metade do século. De olho nesse
retorno futuro, os maiores fundos de investimentos do mundo estão plantando
agora. Os aportes de capital em energias limpas passaram de 30 bilhões de
dólares em 2004 para 63 bilhões neste ano. Estima-se que o volume deve
ultrapassar os 100 bilhões de dólares anuais a partir de 2010.
O fenômeno do aquecimento global é um exemplo
da questão ambiental que traz possíveis riscos negativos ou positivos as
empresas, consumidores e governos. Os riscos negativos vão desde o aumento dos
custos relativos à prevenção da poluição até a queda no consumo. Já os riscos positivos
apontam para o crescimento de mercado e o investimento em projetos ligados a
novas tecnologias. Na tabela 3 são evidenciados alguns dos números ligados ao
possível preço da elevação da temperatura no mundo.
Tabela 3: O preço do aquecimento global
Fonte: Adaptado de TEIXEIRA (2006:24)
Como demonstrado na tabela 3, as organizações
em diferentes setores da economia estão adequando os seus negócios a nova
realidade ambiental. As empresas buscam investir ambientalmente nos seus
projetos com o intuito de desenvolver novos produtos, novas fontes de energia,
logo diminuindo a poluição e não perdendo o foco nas oportunidades de mercado
ocasionadas pelas questões ambientais.
3. Identificando a Gestão Ambiental no PMBOK
Neste item procuramos verificar de que forma
o PMBOK (PMI, 2013) trata da gestão ambiental nos projetos.
Na área do conhecimento de gerenciamento de
riscos do projeto temos a descrição do que é um possível risco ao projeto:
O risco do projeto é um evento ou condição incerta que, se ocorrer, provocará
um efeito positivo ou negativo um ou mais objetivos do projeto tais como
escopo, cronograma, custo e qualidade. (PMI, 2013:310)
Com base no que já foi estudado podemos dizer
que determinados aspectos ambientais poderão gerar riscos, os quais deverão influenciar
sobre na restrição tripla do projeto. Verificamos tal ocorrência no exemplo
abaixo:
Um risco pode ter uma ou mais causas e, se ocorrer, um ou mais impactos.
Uma causa pode ser um requisito, premissa, restrição ou condição potencial que
crie a possibilidade de resultados positivos ou negativos. Por exemplo, as
causas podem incluir o requisito de uma autorização ambiental para o trabalho,
ou limitações de pessoal designado para planejar o projeto. O risco é que a
agência responsável pela autorização possa demorar mais do que o planejado para
conceder a autorização ou, no caso de uma oportunidade, pessoal adicional de desenvolvimento
possa ficar disponível para participar do planejamento e seja designado para o
projeto. Se um desses eventos incertos ocorrer, pode haver um impacto no escopo,
custo, cronograma, qualidade ou desempenho do projeto. (PMI, 2013:310)
Verificamos que a área de gerenciamento dos
riscos contempla a identificação e o controle de possíveis riscos ambientais no
projeto, mas não engloba os demais aspectos inerentes a gestão ambiental como a
sua política, o planejamento, a implementação e operação, a análise crítica e a
melhoria continua, conforme o modelo de sistema de gestão ambiental da NBR ISO
14001 (2004) demonstrado através da figura 1.
As demais áreas do conhecimento do PMBOK (PMI,
2013) estudadas não trouxeram referências que possam englobar os demais
aspectos inerentes à gestão ambiental citados anteriormente.
Pesquisamos também a presença dos seguintes
termos ligados à gestão ambiental no PMBOK (PMI, 2013):
a) Meio
ambiente;
b) Sistema
da gestão ambiental;
c) Política
ambiental;
d) Objetivo
ambiental;
e) Meta
ambiental;
f) Aspecto
ambiental;
g) Impacto
ambiental;
h) Prevenção
de poluição;
i) Desempenho
ambiental;
j) Sustentabilidade;
k) Ecoeficiência.
Foi encontrado no PMBOK (PMI, 2013:15) o
termo sustentabilidade, o qual foi utilizado conforme texto:
Visto que o sucesso do projeto pode ser julgado com base no nível de
apoio do produto ou serviço à governança organizacional, é muito importante que
o gerente de projetos seja bem versado em políticas e procedimentos de
governança corporativa/organizacional relacionadas com o produto (p.ex., se uma
organização adotar políticas em apoio a práticas de sustentabilidade e o
projeto envolver a construção de um novo prédio de escritórios, o gerente de
projetos deve estar ciente dos requisitos de sustentabilidade relacionados com
a construção do prédio.)
Não foram encontradas no PMBOK (PMI, 2013)
referências ou citações aos seguintes termos ligados à gestão ambiental:
a) Meio
ambiente;
b) Sistema
da gestão ambiental;
c) Política
ambiental;
d) Objetivo
ambiental;
e) Meta
ambiental;
f) Aspecto
ambiental;
g) Impacto
ambiental;
h) Prevenção
de poluição;
i) Desempenho
ambiental;
j) Ecoeficiência.
4. O Sistema de Gestão Ambiental no
Gerenciamento de Projeto
O sistema
de gestão ambiental visa administrar todos os aspectos ligados ao meio ambiente
em que a organização esta inserida com base numa sólida política ambiental. Segundo
a NBR ISO 14001 a definição para um sistema da gestão ambiental (SGA):é:
Sistema da gestão ambiental
(SGA): a parte de um sistema da gestão de uma organização utilizada para
desenvolver e implementar sua política ambiental e para gerenciar seus aspectos
ambientais. (NBR ISO 14001, 2004:2)
Na figura 1 é demonstrado o modelo de sistema
de gestão ambiental, o qual se baseia no conceito do ciclo PDCA para melhoria
contínua:
Figura 1: Modelo de sistema da gestão ambiental
Fonte:
NBR ISO 14001 (2004:VI)
Sobre o PDCA a NBR ISO 14001 destaca:
[...] Esta Norma é baseada na
metodologia conhecida como Plan Do Check
Act (PDCA)/(Planejar–Executar–Verificar–Agir). O PDCA pode ser brevemente
descrito da seguinte forma:
- Planejar: Estabelecer os
objetivos e processos necessários para atingir os resultados em concordância
com a política ambiental da organização.
- Executar: Implementar os
processos.
- Verificar: Monitorar e medir os
processos em conformidade com a política ambiental, objetivos, metas,
requisitos legais e outros, e relatar os resultados.
- Agir : Agir para continuamente
melhorar o desempenho do sistema da gestão ambiental. [...] (NBR ISO 14001,
2004:VI)
A norma recomenda que o programa de gestão
ambiental de uma organização trate quando apropriado e exequível de todo ciclo
de vida dos seus produtos ou serviços, ou seja, desde o planejamento, passando
pela etapa de projeto até a sua produção, comercialização e descarte. Esta
constatação é ser descrita no texto:
Recomenda-se que o programa
inclua, quando apropriado e exeqüível, considerações de planejamento, projeto,
produção, comercialização e estágios da disposição final. Isto pode ser
efetuado tanto para as atividades, produtos ou serviços atuais quanto para os
futuros. No caso de produtos, podem ser abordados projetos, materiais,
processos produtivos, uso e disposição final. Para instalações ou modificações
significativas de processos, podem ser abordados o planejamento, projeto,
construção, comissionamento, operação e, na ocasião apropriada determinada pela
organização, o descomissionamento. (NBR ISO 14001, 2004:15)
Ao adotarmos o SGA no gerenciamento de
projetos esperamos que os aspectos ambientais sejam identificados e
administrados de forma sustentável, através otimização do consumo de recursos,
prevenção da poluição, melhoria do relacionamento com órgãos fiscalizadores e licenciadores,
não perdendo o foco no cumprimento do projeto e conseqüentemente o atendimento
das necessidades dos seus clientes.
5. A Integração do
Sistema de Gestão Ambiental
com os demais Sistemas
O sistema de gestão ambiental da NBR ISO
14001 pode ser considerável compatível ao da qualidade da NBR ISO 9001, pois
ambos trabalham com base a metodologia do ciclo PDCA para melhoria continua dos
seus processos. Esta interação é explicitada da seguinte forma:
[...] Muitas organizações
gerenciam suas operações através da aplicação de um sistema de processos e suas
interações, que podem ser referenciados como “abordagem de processo”. A ABNT
NBR ISO 9001 promove a utilização da abordagem de processo. Como o PDCA pode
ser aplicado a todos os processos, as duas metodologias são consideradas
compatíveis. (NBR ISO 14001, 2004:VI)
Tanto a NBR ISO 14001 quanto a NBR ISO 9001
trazem em seu corpo um texto informativo, o qual ressalta que ambas as normas
podem ser integradas com diversos outros tipos de sistemas além dos
especificados por elas. Tal fato pode ser referenciado com base nas seguintes
descrições:
Esta Norma não inclui requisitos
específicos de outros sistemas da gestão, tais como aqueles para qualidade,
segurança e saúde ocupacional, finanças ou gerenciamento de risco, muito embora
seus elementos possam ser alinhados ou integrados com os de outros sistemas da
gestão. (NBR ISO 14001, 2004:VII)
Esta Norma não inclui requisitos específicos para outros sistemas de
gestão, tais como aqueles específicos à gestão ambiental, gestão de segurança e
saúde ocupacional, gestão financeira ou de risco. Entretanto, esta Norma
possibilita a uma organização o alinhamento ou a integração de seu sistema de
gestão da qualidade com outros requisitos de sistemas de gestão relacionados. É
possível a uma organização adaptar seus sistemas de gestão existentes para
estabelecer um sistema de gestão da qualidade que cumpra com os requisitos
desta Norma. NBR
ISO 9001 (2008:3)
Como verificamos o PMBOK (PMI, 2013) trata do
aspecto da identificação e do controle de possíveis riscos ligados à gestão
ambiental no projeto, mas não contempla os demais como a política, o
planejamento, a implementação e operação, a análise crítica e a melhoria
continua do sistema de gestão ambiental. Ao integrarmos os sistemas da qualidade
e ambiental procuramos suprir esta lacuna no gerenciamento dos projetos.
6. REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
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qualidade – fundamentos e vocabulário. Rio de Janeiro: ABNT, 2005.
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André Bittencourt do; SOARES, Carlos Alberto Pereira; FINOCCHIO JR., José;
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[1] Walker
Zacharias Bastos Filho, é Bacharel em Engenharia de Produção
pela UNIVERSO - Universidade Salgado de Oliveira; Bacharel em Administração
pela FRB - Faculdade Ruy Barbosa/DeVry; MBA Executivo Internacional em
Gerenciamento de Projetos pela FGV - Fundação Getulio Vargas e pela Ohio
University; PMP – Project Management Professional; Auditor Líder da Qualidade - ISO 9001; Auditor Líder Ambiental - ISO 14001; Auditor Líder
de Segurança e Saúde Ocupacional - OHSAS 18001. < www.walkerbastos.com.br >